sexta-feira, agosto 25, 2006


Seminário 80 (1) Posted by Picasa
Folha 1 do Programa do "III Seminário Sobre o Fado de Coimbra", remetido a 29 de Abril de 1980 pelo Presidente da Associação dos Antigos Estudantes de Coimbra (AAEC), Dr. Carlos Figueiredo Nunes, ao Arquitecto Florêncio Neto de Carvalho.
Os "seminários" constituiram momentos de crucial importancia reflexiva sobre a História da Canção de Coimbra, sua reabilitação como Bem Cultural e Património singular, e caminhos artísticos possíveis.
Os "seminários" realizados entre 1978 e 1998 foram os seguintes:
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-1º Seminário Sobre o Fado de Coimbra, Coimbra, Maio de 1978, promovido pela Comissão Municipal do Turismo da Câmara Municipal de Coimbra liderada pelo Vereador Rodrigues Costa;
-2º Seminário Sobre o Fado de Coimbra, Coimbra, Maio de 1979, promovido pela mesma instituição;
-3º Seminário Sobre o Fado de Coimbra, Coimbra, Maio de 1980, promovido pela AAEC a pedido da CMC;
-4º Seminário Sobre o Fado de Coimbra, Coimbra, Maio de 1981;
-5º Seminário Sobre o Fado de Coimbra, Coimbra, Maio de 1983.
O evento de 1983 encerrou a 1ª série de encontros.
-6º Seminário Sobre o Fado de Coimbra, Coimbra, 1 e 2 de Maio de 1998. O evento, organizado por Jorge Cravo e José Manuel Beato, ocorreu no Auditório da Reitoria da UC e teve como figura de honra o Dr. Luiz Goes.
Infelizmente as entidades promotoras dos 6 encontros não procederam à edição das respectivas actas. Apenas foram editadas em modestas brochuras as comunicações de Afonso de Sousa e Francisco Faria. A Câmara Municipal de Coimbra não sabe ao certo do paradeiro dos documentos dos primeiros 5 seminários. Ao nível dos arquivos da AAEC também não se sabe extactamente o que é que foi preservado.
Para os investigadores e demais interessados em aprofundar informações sobre a CC, a ausência das actas dos seminários equivaleu a legitimar como instrumento privilegiado de transmissão da memória os relatos orais, de parceria com leituras fragmentárias de obras profundamente envelhecidas cujo tema vertebrador é o Fado (de Lisboa). Estes atalhos estão na origem da desvalorização dos contributos musicais, literários e conceptuais aportados pelos "seminários" entre 1978-1983, a tal ponto que em obras de certa envergadura produzidas ca. 1980-2000 não se vislumbram quaisquer reflexos dos contributos teóricos formulados nos primeiro cinco encontros. O derradeiro evento, de 1998, foi organizado sob o signo da mudança de mentalidades e da viragem das gerações. Basta lembrar as comunicações escritas por nomes como Armando Luís de Carvalho Homem, José Manuel Beato e Jorge Cravo.*
Caso algum dos nossos leitores guarde resumos das intervenções dos participantes nos seminários, o Blog "guitarradecoimbra" propõe-se realizar a respectiva edição on-line.
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* Em bom rigor, o derradeiro seminário de 1998 não foi o primeiro grande momento da chegada à fala das novas gerações de cultores pós-1974. Em Maio de 1987, no âmbito do programa geral da Queima das Fitas, Luís Alcoforado e Paulo Soares (dos Praxis Nova e ainda sócios da Secção de Fado da AAC) organizaram as PRIMEIRAS JORNADAS SOBRE TRADIÇÕES ACADÉMICAS E CANÇÃO DE COIMBRA, onde se levantaram as derradeiras vozes anti regresso dos costumes estudantis. Não foram publicadas quaisquer actas do acontecimento, dele havendo súmula no "Diário de Coimbra" e numa crónica de Eduardo Tavares de Melo para o "Correio dos Açores", de 05 de Junho de 1987. Um dos oradores foi o Dr. Joaquim Teixeira Santos, da AAEC.
Luís Alcoforado, que guardará certamento documentos deste encontro (com os quais contamos), refere-se a estas jornadas na obra colectiva "Canção de Coimbra. Testemunhos Vivos", Coimbra, DGAAC, 2002, pág. 214. No referido encontro falou-se do excesso de amadorismo dos grupos juvenis, da indecente desvalorização económica que os agentes culturais votavam às formações juvenis, e da necessidade de ser pensado um encontro anual de cultores onde pudessem galardoar-se figuras distintas. Salvo erro, Luís Alcoforado sugeriu um galardão a designar por "Hylario".
No ano seguinte, em Maio de 1988, foram repetidas as JORNADAS, com o Auditório da Reitoria da UC quase deserto.
AMNunes

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