sábado, abril 01, 2006


Ensaio sobre Jorge Tuna Posted by Picasa
Ensaio monográfico sobre os ciclos de produção artística protagonizados por Jorge Tuna, um dos monstros sagrados da Guitarra de Coimbra, assinado por Armando Luís de Carvalho Homem. O texto inicial destinava-se a uma comunicação sobre a Guitarra de Coimbra, solicitada pelo Museu Académico, evento que por falta de meios logísticos e financeiros não chegou a concretizar-se. O autor teve a gentileza de me dar a conhecer o texto desde a primeira hora, em saborosas leituras telefónicas (2003), em primeira versão impressa, finalmente, em 2 de Maio de 2005, brindando-me com esta separata.
Não é habitual vermos um historiador português perder tempo com temas considerados "menores", quais sejam a Canção de Coimbra. E muito menos de todos os dias será encontrarmos um estudo desta natureza nas páginas da "Revista Portuguesa de História", Tomo XXXVI, Volume 2, Coimbra, Faculdade de Letras/Universidade de Coimbra/Instituto de História Económica e Social, 2002-2003, pp. 397-416.
Por declarações do Prof. Doutor João Goveia Monteiro, medievalista da Faculdade de Letras da UC, e Pró-Reitor, vim a saber que este texto foi recebido com supresa e agrado nos meios historiográficos. Bem se vê que os historiadores mudaram...
Numa escrita rigorosa, solidamente documentada, exemplificativa, contextualizadora e imaginativa, Armando Luís de Carvalho Homem diz quem é Jorge Tuna e o que andou a fazer o compositor e executante de Guitarra de Coimbra, artista nas horas vagas, de profissão médico e professor. A leitura faz-se de um fôlego, compreendendo melhor Tuna na sua arrebatadora singularidade e lamentando não o ver nas escolas de ensinança de aprendizes.
Este texto já foi divulgado pelo autor neste blog. A terminar, dele diria o mesmo que ouvi da boca de Octávio Sérgio: "não é um texto para toda a gente ler e perceber!" Nem mais!
Aproveito para devolver ao autor as amáveis palavras de estima e consideração. Em havendo oportunidade e inspiração que outros estudos possam nascer e brilhar.
AMNunes
















Concerto musical Posted by Picasa

Espectáculo musical da Universidade Livre de Coimbra, levado a cabo no Teatro Sousa Bastos, em 9 de Maio de 1925. A organização esteve a cargo do Dr. Manuel da Câmara Leite, prof. de Música do Liceu de Coimbra, que no Verão desse mesmo ano regeu a TAUC na sua digressão ao Brasil. Na 2ª parte actuou como solista de violino D. José Pais de Almeida e Silva.
Imagem: Carlos Alberto Dias
AMNunes


Coca e mantilha Posted by Picasa
Mulher de Coimbra envergando "coca" (="couca", chapeirão) e "mantilha", segundo reportagem de Henry L'Evéque, "Costume of Portugal" (1814). Há conhecimento do uso deste bizarro trajo popular feminino em Coimbra entre a 2ª metade do século XVIII e meados do século XIX. Consistia numa mantilha preta, à qual se sobrepunha um chapeirão armado e entretelado, em forma de raia aberta sobre a cabeça. Rematava em bico sobre a testa, formando uma espécie de pala, que a utente podia rebaixar com a mão, embiocando o rosto. Óptimo disfarce, útil resguardo em dias de invernia, a Coca e Mantilha tornou-se alvo de virulentas sátiras do período romântico.
Demasiado estilizado e minimalista, o traço de L'Evéque não permite adivinhar os pormenores que George Vivian viria a captar em 1839 numa vista da fonte de Santana aos Arcos do Jardim ("Scenery of Portugal and Spain").
Salvaguardando as devidas diferenças, a Coca e Mantilha de Coimbra tem notórias parecenças com o Capote e Capelo dos Açores (usado até 1950 para ir à missa), com o capotão negro das mulheres de Monsanto e também com a mantilha e coca de Ovar (a coca de Ovar tem a pala arredondada).
Este trajo encontra-se reconstituído com elevado grau de fiabilidade desde 1986, sob orientação do Prof. Doutor Nelson Correia Borges.
AMNunes

sexta-feira, março 31, 2006


Centenário da Baco Posted by Picasa
Festejos de um centenário da Real República Baco (fundada em 30/04/1934), possivelmente realizados em 1945, ou no ano anterior. A fotografia vem publicada em Carminé Nobre, "Coimbra de Capa e Batina. Volume II", Coimbra, Coimbra Editora, 1945.
Na fotografia são reconhecíveis o estudante Sobral Torres (com violão) e a seu lado o Dr. Alfredo Fernandes Martins (advogado e poeta). Na extremidade da imagem, logo atrás de um banquinho com prato, parece-nos ver o guitarrista Armando de Carvalho Homem. Será?
AMNunes


Boémia da Saudade Posted by Picasa
Rosto das memórias estudantis de Gonçalo Reis Torgal, intituladas "Coimbra. Boémia da Saudade", Coimbra, Edição do Autor, 2003. Esta obra encontra-se dividida em quatro volumes, com capa do artista aveirense Zé Penicheiro:
-o volume um fala da cidade de Coimbra, das festas populares, das romarias, do teatro, das figuras populares, das livrarias. É a Coimbra do povo;
-o tomo dois é inteiramente dedicado à Universidade, trajo académico, praxes, festividades académicas, organismos estudantis, contendo breve e convencional nótula sobre a CC;
-o terceiro volume, muito original e tentador, é inteiramente dedicado à "Coimbra Gastronómica". Inclui um extenso inventário de tascas, taberneiros e cozinheiras, petiscos, gulosa doçaria, bebes e receitas variadas de comida regional (pena é ter esquecido o "gato estufado à moda dos estudantes");
-o quarto tomo versa "Coimbra Desportiva", com particular enfoque no já longo historial da Académica futeboleira (fundada em 1912).
O autor, Gonçalo dos Reis Torgal, nasceu na cidade de Coimbra. Aluno do Liceu D. João III, fez o curso do Magistério Primário e posteriormente Histórico-Filosóficas. É professor aposentado, residindo actualmente em Guimarães. Apaixonado por Coimbra, tem-se revelado um amoroso das "coisas dos estudantes" e de tudo quanto se relaciona com a Académica/Equipa de Futebol.
Conceituado cronista de fastos gastronómicos, cuja reputação e paladar confirma no terceiro volume das suas crónicas, Gonçalo Reis Torgal envolve o leitor numa escrita fluída, como se de amena cavaqueira de mesa de café se tratasse. Recorre aos livros, aos jornais e às monografias de estilo para segurar aqui e ali uma data, um nome, um acontecimento. Quanto ao resto, navega em aventurosa e solta cavaqueira, como se por mágica realidade virtual fosse possível cear e tertuliar nas Marias Camelas das muitas saudades. Se expressão há que defina o autor, pode dizer-se que Gonçalo Reis Torgal é um homem de prazeres e dado ao prazer.
É possível encontrar exemplares desta obra (um bocado carota) na Casa da Beira Alta, à Rua de Santa Catarina, Porto.
AMNunes

quarta-feira, março 29, 2006


O jovem Pinho Brojo Posted by Picasa
Momento de convívio e ensaio em casa do estudante liceal António Pinho de Brojo (1927-1999), na sua habitação ao Bairro do Calhabé, Coimbra. Além de Pinho Brojo, de frente, a tocar guitarra, figuram na imagem Augusto Camacho Vieira (de pé, capa traçada) e Eduardo Manuel Tavares de Melo (1924-1992). Augusto Camacho estava em vias de concluir no Liceu de Coimbra as cadeiras que lhe dariam acesso à Faculdade de Medicina da UC. Tavares de Melo, vindo do Liceu de Ponta Delgada, frequentava Direito desde 1942. Segundo Augusto Camacho, esta fotografia foi realizada no ano lectivo de 1944/1945. Merecem destaque as duas guitarras toeiras de Coimbra (oficina de Raul Simões), a de Tavares de Melo com voluta floral e ilharga acentuadamente baixa (Tavares de Melo era executante de violão). Ainda de acordo com Augusto Camacho, falta na imagem o autor da fotografia, José Rodrigues, um enfermeiro e executante de guitarra, conhecedor da técnica de Artur Paredes, à época "formador" assíduo de Pinho Brojo (o iniciador foi José Amaral).
Fotografia: Dr. Augusto Camacho Vieira
AMNunes

segunda-feira, março 27, 2006


Óleo de Armando Goes Posted by Picasa
À medida que se lhe ia emudecendo a extraordinária voz de barítono (que facilmente entrava pelo registo de tenor), Armando Goes cultivou amadoristicamente a pintura. Esta natureza morta, com bilhas e toalha, foi oferecida ao seu velho amigo do peito Afonso de Sousa. O Dr. Afonso de Oliveira Sousa enviou-nos recentemente esta fotografia, chamando justamente a atenção para uma faceta de Armando Goes bem menos conhecida. Em boa hora veio a lembrança, pois estamos em ano do 1º centenário daquele artista.
Fotografia: Dr. Afonso de Oliveira Sousa (Leiria)
AMNunes

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