domingo, fevereiro 11, 2007


























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Introdução
Se poucos eram os que, por razões de maior apoio familiar e mais desanuviada situação financeira, para Coimbra vinham estudar, nos finais do século XIX, menos eram ainda aqueles que, tirando partido do contexto favorável que a cidade e a vivência académica esotérica lhes proporcionava, se predispunham a frequentar instituições de complementaridade cultural à erudição que, inegavelmente, a Universidade desde sempre se encontrou disponível para fornecer.
Nesta época, (e reportamo-nos a 1880) as ofertas culturais não abundavam, sobreviviam um pouco da iniciativa de uns tantos, organizados em tertúlias, e quase sempre movidos e motivados por questões prioritariamente políticas ou literárias[1]. Os movimentos de intelectuais pictóricos, baléticos e mesmo musicais não eram de todo significativos e por isso o aparecimento, enquanto grupo organizado de produção musical coral, do Orfeon Académico (na época Sociedade Choral do Orpheon Académico) foi um contributo poderoso para a congregação estudantil e para a sua marcação social personalizada.
Pertencer ao Orfeon, passou a ser uma mais valia acrescentada à formação académica de base erudita e, em simultâneo, a possibilidade de poder privar com outras realidades associativas, outros arejamentos de ideias, outro enriquecimento musical, estético e ético, o conhecimento de outras verdades e locais, etc.
Foi neste enquadramento e desde esta data que, a todos os alunos da Universidade de Coimbra a quem foi permitido o acesso e a frequência deste organismo (mal grado os anos, logo seguidos a 1882, que por variadas razões o Orfeon se viu impossibilitado de funcionar[2]), beneficiaram da criação de uma coesão de classe e de identidade que sobreviveu até aos nossos dias e nos permite ainda, com alguma vaidade, podermos dizer que fomos estudantes de Coimbra, e sentirmos, tantos anos volvidos, um arrepio inexplicável, decorrente do simples facto de encontrarmos alguém que, como nós por aqui andou, e que, anos perdidos, viemos a encontrar numa qualquer parte deste mundo esquartejado!
Em 1980, aquando das comemorações do 1º Centenário do OAC, ganhou particular força o espírito de congregação orfeónica, obviamente decorrente da importância das festividades, mas também da emergência de um período de pouquíssimas actividades académicas (por força do clima social criado pelo golpe de estado de 25 de Abril de 1974), da há pouco realizada 1ª Serenata Monumental pós 25 de Abril (1978), e de todo um clima favorável à reimplantação das tradições académicas, tão personalizantes desta cidade.
Nem o facto de entretanto o OAC se ter tornado em mais um coro misto da AAC, à semelhança do CMUC ou do CLUC, funcionava a desfavor.
Antes pelo contrário, a constatação irreversível deste facto, em simultâneo com a constatação da actual inexistência de nenhum coral com características tímbricas exclusivamente masculinas, tornava ainda mais premente as movimentações, dando força a quem argumentava no sentido da importância da sua tão mais rápida quanto possível recriação.
Foi neste contexto que, à data de 1980, e com o objectivo de participar nas comemorações do organismo mater OAC, dando-lhe ainda mais brilho e consistência histórica, foi criado um coro, movido pelas boas vontades de umas dezenas de antigos orfeonistas, começando os ensaios indispensáveis à posterior apresentação, e que os levou, depois, à criação da Associação dos Antigos Orfeonistas do Orfeon Académico, com a sigla A.A.O.O.A.C. e logótipo:

Começa aqui a nossa história!

Chegados a 2005, cantando ininterruptamente, é agora altura de organizarmos uma pequena e simples publicação, integrada nas comemorações dos 25 anos da instituição, onde as nossas origens e desenvolvimento associativo possam ser relatados e eternizados, para cumprir com as obrigações que um percurso ainda tão curto mas tão profícuo, nos obrigam a abraçar e não desmerecer.
Que esta publicação, humilde na profundidade de abordagem capitular e consciente das imensas omissões que contém, possa ser o ponto de partida para um qualquer outro trabalho de Mestrado ou Doutoramento, onde a investigação científica ligada ao tema, possa merecer, de facto, a dignidade e dimensão desta tão prestigiosa instituição.

Historial

Ponto prévio: o relato histórico feito neste capítulo não pode deixar de ter em linha de conta que, muitos dos factos que fazem parte do seu historial passam pelos concertos, digressões, Direcções e sua constituição e memória fotográfica, que neste trabalho complementarizam este historial em capítulos subsequentes.
Constituído por antigos orfeonistas do Orfeon Académico da Universidade de Coimbra, apresentou-se pela primeira vez em público na noite da Tomada da Bastilha, de 24 para 25 de Novembro de 1980, nas escadas da Câmara Municipal de Coimbra. A 13 de Dezembro do mesmo ano, à tarde, nas escadas da Igreja de Santiago, (onde se encontrou emocionalmente unido pela revivificação do O Vos Omnes e do Amen), voltou a cantar, terminando este dia no Teatro Académico de Gil Vicente, no sarau aí realizado, por ocasião das comemorações do Centenário do Orfeon Académico de Coimbra[3], onde o Coro foi buscar as suas raízes institucionais. Foram pontos altos desta actuação, aplaudida de pé por todos os espectadores presentes, as obras: “O Vos Omnes”, “Tenebrae factae Sunt”, “O Coro dos Soldados” de Gounod e o “Amen” da Danação de Fausto de Berlioz.
Duas razões prioritárias determinaram o seu aparecimento:
A) a possibilidade de, através dele, voltar a viver e a conviver com toda uma riqueza, incalculável, (ao tempo de estudantes), e só agora avaliável, volvidos muitos anos de separação, labuta, responsabilização e isolamento profissional, e que são a fraternidade, a irreverência, a amizade, o diálogo, a entreajuda, alguma leviandade!, a alegria e a alimentação da eterna juventude! B) o recriar um organismo capaz de restituir à Academia e à cidade aquilo que o OAC, até ao 25 de Abril de 1974, lhes dava e permitia saborear, ou seja, a riqueza ímpar da fruição de um coro formado só por vozes masculinas, com toda a mais valia tímbrica que este tipo de agrupamento nos pode dar, a par da sua pouca vulgaridade e até da especificidade harmónica densa que só um coro masculino verdadeiramente permite.
Assim se congregaram esforços, mobilizaram-se meios humanos em tempo recorde, e o Coro dos Antigos Orfeonistas nasceu![4]
Este primeiro esforço de congregação ficou-se a dever a todos os que de imediato aderiram ao projecto, mas principalmente a Hernâni Marques, aquele que lhe deu organização, unidade e dinâmica, (sendo o seu primeiro apresentador), Teixeira Santos, que muito ajudou a congregar vontades, e a Joel Canhão que imediatamente se mostrou disponível para artisticamente o levar por diante.
O Diário de Coimbra, na sua edição de 13/6/81, publica a lista de antigos orfeonistas ligados à Associação (54!), aquando do concerto nos claustros de Stª Cruz, e que são:

1ºs Tenores: Arlindo Gonçalves,Ilídio Sobral Gomes, Gouveia e Melo, Amândio Cabral, Veiga Miranda, José Bronze, João Lemos Mexia, Nuno Carvalho, Augusto Moreira, Francisco Vaz. (11)

2ºs Tenores: Hernâni Marques, Kim Reis, Jaime Sarmento, José Miguel Baptista, J. Teixeira Santos, Melo Júnior, José Mesquita, Costa e Nora, Luís Requixa, Neves da Costa, Marco António, Meliço Silvestre, Almeida e Sousa, Tavares Cautela, Rui Albuquerque. (16)

Barítonos: Adelino Fonseca, António Gonçalves, António Requixa, Castro e Silva (filho), Daniel de Campos, João Faria, João Silva Pereira, Jorge Biscaia, Jorge Guerreiro, Pinto Mendes, Ponce Leão, Raul Dinis, Vasconcelos Cardoso,Vaz Craveiro. (14)

Baixos: Agostinho A. Santos, Álvaro Carvalho, Amândio Morais, António Cortes, A. Teixeira Santos, Castro e Silva (pai), Cravo Roxo, Edgar Rodrigues, João Madeira, João Sobral Gomes, Jorge Ilharco, José Queirós, Maia Rodrigues, Simões Lobato, Paulo Fonseca,A. Lacerda Pinto. (15)

Por falta de instalações, os ensaios começaram por decorrer na Associação dos Antigos Estudantes de Coimbra, ao Largo da Portagem, passando depois para o Quartel do Regimento 12, sito na rua de Artelharia 12, junto à Penitenciária, ambos em Coimbra.
Já em Janeiro de 1981 o coro é solicitado a participar num concerto de solidariedade com os residentes do lar da terceira idade de Verride, a quem o azar bateu à porta, com um incêndio nas suas instalações. Após o concerto, que decorreu na igreja matriz da vila, e durante a ceia, um frémito a todos percorreu e deu origem a um grito unitário de avanço, contra tudo e contra todos, não deixando que o coro, já realidade, pudesse vir a perder-se nas veredas do desinteresse!
Um outro nome de imediato sobressai do conjunto de antigos orfeonistas, porque disponível para ajudar Hernâni Marques na organização e, de facto, muito empenhado na certeza de fazer com que o coro pudesse vir a ser uma realidade irreversível na Academia e na cidade: Arlindo Gonçalves, que veio a ser também o seu primeiro presidente.
Logo depois, a estes se junta Jorge Ilharco, que se responsabiliza pelo criação dos meios necessários ao registo e constituição oficial de uma associação, que desse cobertura jurídica ao coro.
Infelizmente, alguns desentendimentos de pormenor, aquando de mais uma actuação nos Claustros da Igreja de Stª Cruz, entre Hernâni Marques e o maestro Joel Canhão, levaram ao afastamento precoce do primeiro.
Em 1982 são aprovados, em Assembleia-Geral datada de 8 de Julho, os seus Estatutos, que de seguida publica e que dão existência jurídica legal à instituição a partir de 12 de Julho do mesmo ano. Ainda em 82 o Coro faz a sua primeira grande digressão a Macau, de 5 a 15 de Junho, a convite de S. Exª o Governador do Território, Almirante Almeida e Costa. Tem para isso o apoio do Ministério da Cultura e da Fundação Gulbenkian. Aqui participa nas Comemorações Oficiais do Dia de Portugal e em simultâneo nas 1ªs Jornadas Médicas Coimbra/Macau.
Em 1983 mais uma grande vitória institucional, ao conseguir reunir os apoios necessários a mais uma digressão, desta vez ao Brasil. De 2 a 27 de Junho desloca-se a este país, com o apoio da Secretaria de Estado das Comunidades Portuguesas, da Fundação Calouste Gulbenkian e do Comendador Valentim Dinis. Realiza concertos em S. Paulo, Santos, Campinas, Rio de Janeiro e S. Carlos, integrados nas Comemorações Oficiais do Dia de Portugal. Actuou também na TV Cultura de S. Paulo.
Em 1985, integrado nas comemorações dos 5 anos de existência, o Coro faz a sua primeira gravação em vinil de 33 rpm, um álbum com o título genérico de “ANTIGOS ORFEONISTAS DO ORFEON ACADÉMICO DE COIMBRA”, sob a regência do Maestro Joel Canhão. Também neste ano edita a sua primeira medalha, da autoria de Cabral Antunes.
Um grande objectivo, de imediato, se entendeu por indispensável: a aquisição de instalações próprias. Das diferentes hipóteses possíveis foi ganhando força a que levou à aquisição do espaço onde se encontram hoje as actuais instalações. A sua aquisição era dispendiosa e a par do contributo de outras instituições e organismos oficiais, foi pedido um empenhamento especial a todos os ex-orfeonistas, sendo interessante referir uma das estratégias levadas por diante, entre outras, para recolha de fundos e que foi a “Campanha do Metro Quadrado”! Com esta campanha se propunha a associados e outras pessoas benemerentes a aquisição de “uma acção” das instalações, correspondente a um metro quadrado da superfície a adquirir. Contudo, para obstar à participação exagerada, desde logo foi estabelecida a impossibilidade de compra superior a cinco metros quadrados (ao tempo, o m2 era vendido a 12.000$00). Eram indispensáveis obras de adaptação e estas foram sendo feitas até permitir a sua inauguração em 1985 e consequente registo notarial em 1986.
Ainda neste ano de 86, a 22 de Abril, é conferida à associação a qualidade de Instituição de Utilidade Pública.
Com o encerrar de todo este circulo prioritário de realizações que envolveram estatutos, instalações e afirmação e reconhecimento artístico, a associação viu-se disponível para o traçar duma rota segura, mas tranquila, de projectos e concertos, que foram de forma continuada levados a efeito pelas consequentes Direcções. Estas foram sendo eleitas anualmente até 1987 e a partir de aqui, por alteração do Regulamento Interno, passaram a ser bienais.
As digressões[5] ao estrangeiro foram acontecendo também, na justa medida das “démarches” feitas e delas, bem como das Direcções, se faz relato pormenorizado nos capítulos posteriores correspondentes.
Em 1987 três grandes digressões foram efectuadas. A primeira, de 3 a 16 de Abril, patrocinou uma visita às sedes das Instituições Comunitárias. O convite partiu do Gabinete do Parlamento Europeu em Lisboa, com o Alto Patrocínio de S. Exªs. os Embaixadores de Portugal junto da CEE, em Paris, no Luxemburgo e em Bruxelas; do Comissário Europeu, Engenheiro Cardoso e Cunha, do Advogado-Geral no Tribunal Europeu, Doutor Cruz Vilaça, e do Magnífico Reitor da Universidade de Coimbra. Realizaram-se concertos no Parlamento Europeu, (no decorrer do qual o seu Presidente, Lord Plumb, distinguiu o Coro com a Medalha de Prata desta Instituição), na cidade do Luxemburgo (Auditório da RTL), enquanto sede do Tribunal Europeu, na sede da Comissão Europeia e em Paris.
A segunda, de 6 a 15 de Junho, levou o Coro de novo a Macau e também Hong-Kong. A digressão foi feita a convite de S.Exª o Governador de Macau, com o objectivo de participar nas Cerimónias Comemorativas do Dia de Portugal. Foram feitos concertos em Macau e Hong-Kong. Nesta digressão igualmente se participou nas 2ªs Jornadas Médicas e nas 1ªs Jornadas Jurídicas Coimbra/Macau.
A terceira, a 12 de Novembro em Paris. Concerto no “Encontro das Culturas do Mundo”, durante a 24ª Sessão da Conferência Geral da UNESCO, a convite do Departamento Cultural desta Organização, e com o Alto Patrocínio de S.Exª o Embaixador, Professor José Augusto Seabra.
Muitas outras digressões foram feitas em anos consecutivos, privilegiando os mais díspares destinos no estrangeiro e no Portugal insular. (Ver capítulo).
Em 1988, por aprovação em Assembleia-Geral de1 de Julho, é nomeada uma comissão encarregada de fazer uma avaliação do trabalho até à data já realizado pelo organismo, elaborar uma reflexão crítica sobre este trabalho, fazer propostas de recrutamento orfeónico, elaborar critérios de selecção dos coralistas para concertos e digressões, e em simultâneo inferir das reais razões de existência da Associação. Integravam-na os seguintes elementos: Jorge Ilharco, Luzio Vaz e José Mesquita[6]. Do trabalho destes resultou um extenso relatório de 61 páginas manuscritas (infelizmente com algumas páginas já desaparecidas!), de cujos dados, embora importantes, não há notícia posterior de qualquer tratamento analítico, para além da sua condução a Assembleias-Gerais posteriores, sob a forma de propostas que vieram a enriquecer ou alterar o Regulamento Interno.
Em 1989, por impedimento de saúde de Joel Canhão, a liderança artística do organismo passa a pertencer a Francisco Faria, que durante dois anos assegura o bom funcionamento e qualidade coral do grupo. Em 1990, uma vez recuperado dos problemas de saúde que o afligiam, o 1º maestro assume de novo a liderança, garantindo-a até 1992. Também em 90, são celebrados os 10 anos da instituição e mais uma medalha é editada.
Em 1991, por intercedência do maestro Joel Canhão, é contratado um preparador vocal, e a escolha recai na Profª Isabel Melo e Silva, professora de canto no Conservatório de Música de Coimbra. Também ao mesmo tempo entra, como ensaiador adjunto e pianista, aquele que viria depois a ser maestro do coro: Augusto Mesquita.
Em 1992, por impossibilidade manifesta de falta de saúde de Joel Canhão, a responsabilidade de regência é atribuída a Augusto Mesquita. A mudança, por comum acordo, é celebrada em mais um concerto realizado em 11 de Julho no Luso, durante o qual se faz a transmissão de regência. Com Mesquita o Coro passa a produzir um reportório de preferencial temática coimbrã, e passa a dispor do contributo regular de um pianista acompanhador, à época Filipe Teixeira Dias, mais tarde substituído por Rui Paulo Branco, depois Paulo Bernardino e a partir de 2003, de novo, Rui Paulo. Um outro pianista, Rui César Vilão, é ainda referido em alguns programas, muito principalmente durante a segunda digressão a Macau (1987).
Em Outubro de 1993 é nomeado Sócio Correspondente da Academia Pernambucana de Música.
Fruto desta dinâmica o Coro grava o seu primeiro CD em 1994. Em 1995 grava mais um CD, desta vez com a Orquestra Filarmónica de Londres (ver obra editada). Neste ano, realiza as comemorações dos seus 15 anos de existência e na sua sequência edita uma medalha comemorativa da autoria de Vasco Berardo.
Ainda em 1995 comemora os 15 anos de actividade com alguns concertos realizados neste enquadramento, sendo também de referir uma exposição de espólio, na sede, de 11/11/95 a 20/1/96, organizada pelo Conselheiro F. Cordeiro.
Em Março de 1995 é agraciado com a Medalha de Mérito Cultural, atribuído pelo Ministério da Cultura.
Em 29 de Fevereiro de 1996 é agraciado com o título de Membro Honorário da Ordem de Mérito, por S. Ex.ª o Presidente da República, Dr. Mário Soares.
Em 21 de Novembro de1997 é-lhe atribuído o título de Amigo Honorário da Fundação Bissaya Barreto e em 2000, recebe a Medalha de Ouro da Cidade de Coimbra.
Em 2000 comemora os 20 anos de existência, com um conjunto de actividades, edição de mais uma medalha comemorativa dos 20 anos, da autoria do escultor Jorge Coelho, e concertos, que culminam, já em 2001, com um Concerto de Gala no Centro Cultural de Belém, do qual foi editado o CD correspondente.
Ao abrigo dos Estatutos e por proposta de algumas das Direcções, várias foram as personalidades que a Assembleia-Geral aprovou como sócios Honorários, pelo esforço, mérito, empenho e qualidades humanas demonstradas. Por ordem cronológica são os seguintes sócios Honorários: Prof. Doutor António Ferrer Correia, General Melo Egídio, Prof. Doutor Francisco Lucas Pires, Dr. António de Almeida Santos, Prof. Doutores Rui de Alarcão e Manuel Porto, Dr. Fernando Nogueira, Prof. Doutor António Barbosa de Melo, Maestro Joel Canhão, Juiz Conselheiro José Narciso da Cunha Rodrigues, Prof. Doutor José Augusto Seabra e Dr. Mário Soares.
Em 2003 e após alguns conflitos insanáveis ocorridos entre o Maestro Mesquita e a Direcção em funções, trazidos já desde o concertos com José Carreras em Faro e agravadas com o Concerto, no Páteo das Escolas, do mesmo tenor, neste ano referido, Augusto Mesquita demitiu-se das suas funções, aquando da realização de um concerto de inauguração do Pavilhão da Europa, ao fundo do parque verde da cidade.
Em Julho de 2003, Virgílio Caseiro é convidado para a Direcção e Regência Artística do organismo, funções que aceita e passa a exercer a partir de Setembro desse ano. Na sequência da sua aceitação, elabora um projecto de concertos diferenciados, em função dos locais e dos fins a que se propõem e com o qual pretende vir a normalizar a escolha das obras ou tipo de obras adequadas a cada local, espaço, ou função concreta dos concertos.
Em 2004 uma nova etapa artística se põe ao Coro, com a participação em obras cénicas e muito concretamente com a ópera “O Barbeiro de Sevilha” de G. Rossini, da qual os antigos orfeonistas assumem a responsabilidade dos coros e leva à cena em 6 e 7 de Julho deste ano, no Páteo das Escolas, na Universidade de Coimbra. Outras representações se seguirão em Aveiro, Estremoz e Figueira da Foz.
De referir ainda que a Associação, decorrente de protocolo assinado com a Câmara Municipal de Coimbra, criou nas suas instalações, uma Escola de Guitarra, Viola e Fado de Coimbra, cujo director é o Prof. Paulo Soares e que tem vindo a funcionar, com óptimos resultados, desde a sua fundação em 2002.
Finalmente, uma palavra de síntese, em relação à forma como decorrem os concertos desta Associação. O concerto tipo é composto por música coral de diferentes épocas, estilos e géneros na 1ª parte e por uma “Serenata de Coimbra” (Fados e Guitarradas de Coimbra) na 2ª. Não quer dizer, contudo, que em função dos locais e objectivos o concerto não possa ser feito só com música coral, ou ainda música coral e uma segunda parte de Variedades, alternativa que gradualmente vai deixando de ser praticada[7]. Para a realização de esta Serenata muitos grupos de fados têm dado a sua colaboração aos eventos, devendo contudo ser referido o facto de, no naipe de Barítonos, existirem dois guitarristas – Octávio Sérgio e Manuel Mora – que sendo sócios efectivos, reúnem condições ideais para o suporte primário destas serenatas em conjunto com os violas Custódio Moreirinhas (também Barítono), Carlos Caiado (2º Tenor) e Luís Ferreirinha (1º Tenor).

[1] Projectava-se, nesse ano, comemorar o tricentenário da morte de Camões; e foi este cenário que optimizou as condições de mobilização dos académicos. Esta mobilização não terá sido ingénua, mas sim decorrente da situação política vivida no momento e desenvolvida já desde o ano de 1876, altura em que, por um lado, se assistiu à fusão de várias expressões de tendência num único partido - o Partido Progressista, liderado por Anselmo Braamcamp - e por outro se iniciavam, nos seus primeiros passos, os adeptos do republicanismo socializante. Estes, ainda neste ano de 1876, e incentivados pela vitória eleitoral dos republicanos franceses, encontram nesta o apoio moral para a sua constituição, o que vem a acontecer na decorrência de um banquete realizado em 25 de Março do mesmo ano em atitude de solidariedade com os seus camaradas.
A sobrevivência deste novo partido foi precária até 1878, data em que, realizadas eleições para nova legislatura parlamentar, pela primeira vez se candidataram, em Lisboa e Porto, representantes do Partido Republicano. E se é verdade que o partido do Governo ganhou as eleições, permitindo a Fontes Pereira de Melo continuar com o seu projecto de reformas, a vitória da facção republicana em alguns círculos, colmatada pela eleição de Rodrigues de Freitas no Porto e Elias Garcia em Lisboa, começou a abrir brechas na estrutura e a dispor de interlocutores capazes de se fazerem ouvir.
Todas as oportunidades eram bem-vindas para fazer ouvir a voz republicana e é neste contexto que as comemorações Camonianas acontecem. A memória do poeta, porque universal, servia insuspeitadamente a qualquer adesão e por outro lado a ideia da música, e muito concretamente da música coral, assentava como luva na exaltação da sua memória, por decalque e amostra do que a Revolução Francesa já nos tinha mostrado, com os seus cânticos patrióticos.
Foi assim que a estas comemorações aderiram os mais prestigiosos intelectuais da época, sendo injusto não referir nomes como o de Teófilo Braga, Antero de Quental e Oliveira Martins. Este último entende mesmo as comemorações como o festejar de um novo Renascimento, o que o leva a reeditar, em 1881, o seu livro ''Camões, os Lusíadas e a Renascença em Portugal'', livro publicado, pela primeira vez, em 1872.
Quanto a Teófilo Braga ele foi, de facto, o grande impulsionador das comemorações tri-centenárias e a ele se deve a congregação, em torno de Camões, dos mais importantes liberais e republicanos do tempo. O seu culto pelo património moral e espiritual da raça, bem assim como o fortalecimento e ressurgimento do sentimento pátrio, mereceram-lhe o aplauso da nação viva que o apoiou, conseguindo, desta forma, a quase globalidade da adesão popular.
A este espírito se ficou a dever o brilhantismo e gigantismo das comemorações e a partir dele se veio a encontrar uma expressão republicana cada vez mais forte e consequente.
A perpetuar as comemorações, no largo fronteiriço à Porta Férrea, foi erigido um monumento a Camões, formado por uma coluna de pedra, suporte de uma palma de folhas de louro, e por um leão em bronze, na base da coluna. A primeira pedra do monumento foi lançada a 10 de Junho de 1880 e este veio a ser inaugurado a 8 de Maio de 1881.
O O.A.C., ao dar os seus primeiros passos por finais do ano de 1880, aparecia como mais um elemento de engrandecimento dos festejos e de projecção cultural daqueles que o haviam promovido, ou seja, a corrente liberal republicana.
Poderá ser esta a descrição sucinta do enquadramento do actual Organismo (OAC) no contexto político e social da época.
[2] Para sínteses históricas do OAC, atender à tese de Mestrado do mesmo autor desta publicação e publicado sob o título “O Orfeon Académico de Coimbra desde 1880 – Causas Determinantes, Objectivos e Evolução”
[3] A Comissão Executiva para estas comemorações tinha a seguinte constituição: Presidente-Dr. Frederico Carvalho de Almeida Baptista (2º Tenor); Secretário-Geral-Dr. Hernâni Marques (2º Tenor); Tesoureiros-Dr. António Duarte Guimarães (Barítono) e João Teixeira Sobral Gomes (Baixo); Vogais: Kim Reis (2º Tenor), João Faria (Barítono), Eng. Manuel Bernardino Pinto (Baixo), Eng. Daniel José Pais Gomes de Campos (Barítono), luís Filipe de Carvalho Requixa (2º Tenor) e Eng. João António Araújo Madeira (Baixo). Pela Direcção do OAC: António Eugénio Alves Martins (Baixo), António José Figueiredo Fernandes (Baixo) e Carlos Augusto Almeida Santos (Baixo).
[4] -Insere-se neste espaço, em nota de rodapé e infelizmente um pouco extenso, o teor de um preâmbulo à Assembleia Geral de19/10/81, convocada pela Comissão de Gestão e assinada por Daniel Campos, como seu representante, para aprovação dos “Estatutos”, por se entender o seu teor importante para a compreensão do enquadramento social, à época, bem assim como o difícil convívio, nestes anos, entre o Orfeon Académico de Coimbra e os Antigos Orfeonistas em formação. Cita-se: “Em 1980 ocorreu o primeiro centenário da fundação do Orfeon Académico de Coimbra. Um núcleo de antigos orfeonistas, radicado em Coimbra e nas suas proximidades, chamou a si a iniciativa de congregar o maior número possível de antigos orfeonistas, na intenção de todos se as­sociarem às solenidades comemorativas daquela efeméride e, sendo possível, não apenas ,por um modo meramente passivo de presenças pessoais, mas por modo activo e actuante; e dai que tivessem lançado a ideia de ensaiarem e prepararem, entre os antigos orfeonistas, umas tantas peças do antigo reportório do seu Orfeon Académico, para depois, na altura própria, se integrarem, cantando, no sarau a realizar no Teatro Gil Vicente, em Coimbra, momento alto do progra­ma festivo e comemorativo do centenário da existência do organismo.
À iniciativa aderiu, entusiasmado, um elevado número de an­tigos orfeonistas, decididos a darem realização ao projecto propos­to; garantida a valiosíssima e imprescindível colaboração do tam­bém antigo regente do Orfeon Académico, Prof. Joel Canhão, que consentiu em aceitar a preparação coral dos antigos orfeonistas, logo os ensaios começaram a ter lugar na sede dos Antigos Estudantes de Coimbra, generosamente empenhada em cooperar na iniciativa, ofere­cendo as suas instalações como local de reunião, onde aqueles en­saios passaram a suceder-se regularmente.
E, com um êxito porventura dificilmente previsível, os anti­gos orfeonistas vieram efectivamente a apresentar-se no referido sarau, em Dezembro de 1980, depois de terem estado presentes, como conjunto diferenciado, nos diversos actos e solenidades do programa das comemorações levadas a efeito.
Cumprida que estivesse, como cumprida ficou, a razão primeira que a todos congregara - participar activamente nas decorridas co­memorações - não seria estranhável que, numa sequência lógica, os an­tigos orfeonistas se decidissem pelo termo das suas reuniões regula­res, pelo menos enquanto destinados a dar continuidade à actividade que visara uma finalidade especifica, entretanto atingida.
Mas duas novas razões - e qualquer delas com autonomia e suficiência para o efeito - se apresentaram como determinantes da vontade de se prosseguir, agora já em busca de finalidades de natureza bem diversa da que ficou referida.
a)- A generalizada assiduidade aos ensaios do grupo coral, motivou uma convivência regular e intensiva entre os antigos orfeonistas, acabando por proporcionar o campo onde, com adivinhável na­turalidade, viria a reflorescer, como aconteceu, o espírito de ca­maradagem dos bons velhos tempos de estudantes; e aí, sob o clima da compreensão, tolerância e aceitação recíprocas, ficou facilitada a reaproximação onde a amizade relançou raízes, para depois prodi­galizar o prazer espiritual do reencontro, tão verificável na estremecida troca dos abraços dos que desinteressadamente se estimam, tão patente nas inebriantes entregas às mil e uma recordações duma vivência comum, recheada de singularidades, tão rica de experiências, tão repleta de belas e inesquecíveis emoções.
Mas se tais benefícios despontam em resultado da mera convivência estabelecida entre os antigos orfeonistas, por motivo da manutenção do seu agrupamento coral, então razão há para prosseguir com o grupo que tal convivência origina. Ele oferecerá, para agora e para o futuro, a água límpida com que se mitiga a sede de amizade e de camaradagem e que se pretende compartilhar com os vindouros, orfeonistas e estudantes de hoje, antigos orfeonistas de amanhã.
b) -Embora o núcleo dos antigos orfeonistas possa ser considerado como um conjunto de pessoas genericamente dispostas a a­ceitar a inovação, quer no domínio das ideias, quer no domínio das práticas, é todavia possível assegurar, com o mesmo carácter de generalidade, que tal tipo de aceitação só logrará ser encontrado desde que as inovações a introduzir consintam a preservação daquilo que, no antecedente, se revelou com índices de assegurada utilidade e com manifestações de amplo sinal positivo.
Inovar não poderá nunca corresponder a incaracterizar ou a despersonalizar o que, como individualidade singular, propor­cionou algo de bom e de reconhecidamente útil. O contrário, começar por ser, antes do mais, um processo de destruir, mesmo que pretex­tando a criação de uma outra coisa eventualmente valorizável. Tal conjunto de considerações ajudará a compreender, e depois a aceitar, as razões pelas quais os antigos orfeonistas se encontram em dificuldade para reconhecerem no actual Orfeon Académico de Coimbra o organismo que conheceram quando dele participaram.
Tão profundas foram as modificações introduzidas a partir de meados da década de 1970-80, que o organismo delas resultante é inidentificável com o anterior (e de sempre), mesmo que se tenha utilizado, como aconteceu, o enganoso expediente da manutenção da mesma denominação. Esta só é o espelho duma real identidade entre o que se foi no passado e o que se é no presente, quando em qualquer dos momentos, e por todo o tempo, se possa concluir pela constância, na coisa considerada, de um determinado conjunto de características: afinal, as essenciais ao permanente reconhecimento da sua individualidade e dos seus singularismos, como expressão da sua u­nidade temporal.
Em justificação do que se vem dizendo, apontar-se-á:
1 - O antigo Orfeon Académico era um agrupamento coral estri­tamente masculino; o actual é misto;
2 - O antigo Orfeon era exclusivamente formado por alunos da Universidade de Coimbra; o de hoje é participado por es­tudantes doutros graus e doutros estabelecimentos de ensino e, num ou noutro caso, até por não estudantes;
3 - Os elementos do antigo Orfeon apresentavam-se ao público, no decurso dos seus espectáculos, com o traje tradicional do estudante de Coimbra: a capa e batina; os elementos do actual Orfeon apresentam-se com um traje que, embora uniforme, é avulso e incaracterístico, nada tendo a ver com o da tradição académica;
4 - No plano meramente artístico o antigo Orfeon oferecia ao público um conjunto de peças corais entre as quais se contava um extenso número de obras de consagrados autores clássicos, que, pode dizer-se, passaram a constituir uma tradição no património cultural do Orfeon e com cuja exe­cução o Orfeon granjeou os aplausos, a fama e o apreço que o consagraram nos palcos de todos os continentes, em correspondência ao subido grau da sua excelência artística; o Orfeon actual baniu da sua programação todas ou quase todas aquelas peças de execução tradicional, subs­tituindo-as por umas tantas outras que, embora de harmo­nia agradável, estão ao alcance de um qualquer grupo co­ral, mesmo que menos credenciado.
A introdução, no seio do Orfeon Académico de Coimbra de um tão vasto conjunto de modificações equivale, no espírito analítico dos antigos orfeonistas sobressaltados, à adopção dum certo tipo de procedimento que, intencionalmente ou não, pretende desfigurar um organismo centenário de características impares recheado de êxitos, rincão estremecido por sucessivas gerações de estudantes que nele, e com ele, completaram ou enriqueceram a sua cultura, o seu humanismo e os sentimentos de solidariedade que se estima ver praticados entre os homens e, mais restritamente e talvez por isso mais intensamente - entre aqueles que alguma vez se uniram em termos de camaradagem e de amizade.
É, pois, indeclinável obrigação dos antigos orfeonistas dar a conhecer à actual geração académica o que foi e o que se pretende que continue a ser o Orfeon Académico de Coimbra, pela reposição das suas mais fundamentais características e que o tornaram um agrupamento coral diferenciado, para que, sob tal designação, a todo o momento espelhe o carácter unitário de identidade consigo próprio, inviolável pelo rodar dos anos, inatingível pela dobragem constante das gerações.
E não se oponha, ao que se vem dizendo, o desvalido argumento de que a atitude de defesa assumida se encontra eivada dum imobilismo que contraria a inovação e a criatividade. Seria injustificada tal crítica. Ninguém, entre os antigos orfeonistas, pretende negar aos interessados de hoje a liberdade e o direito de constituírem um orfeon de características diferentes das que sempre foram as próprias do Orfeon Académico. Que se organize e se active um orfeon que se queira misto, sem capa e sem batina, com ou sem universitários, com este ou aquele programa para execução; mas não se lhe chame depois, abusivamente, Orfeon Académico de Coimbra, porque aquele jamais seria identificável com este;
A criação de um certo tipo de agrupamento coral não legitima que se adultere e se torne irreconhecível um outro já existente e sempre muito validamente afirmado aos mais elevados níveis do útil e o desejável.
E dai que os antigos orfeonistas, reunidos em grupo, prossigam a sua activi­dade coral, dentro dos princípios que vigoravam ao tempo da sua passagem pelo Orfeon Académico de Coimbra, no desejo de contribuírem, através do seu exemplo vivo e actuante, para o esclarecimento que conduza à aceitação, por reposição no organismo, das características havidas como essenciais, para que o actual Orfeon Académico, então homogeneizado com o de sempre, deste possa legitimamente anunciar-se como seu verdadeiro continuador.
Decididos, pois, a prosseguirem com a sua actividade coral, reconhecem os anti­gos orfeonistas a utilidade, senão a imprescindibilidade, de fazerem fixar em docu­mento escrito um certo conjunto de princípios definidores das finalidades por si vi­sadas e, simultaneamente, orientadores e disciplinadores dessa actividade.
Tal documento é o que passa em seguida a oferecer-se sob a forma de projecto, mero ponto de partida para os trabalhos que, em assembleia dos antigos orfeonistas, visarão a obtenção do que se pretende chamar "CADERNO REGULAMENTAR", repositório dos preceitos definidores, orientadores e disciplinadores da actividade em grupo e que com aquela designação evita a de "Estatutos", estes próprios duma associação constituída em forma legal e com personalidade jurídica, já que está apurado não pretenderem os antigos orfeonistas constituírem-se, de momento, sob a forma de associação re­gular.
[5] Depois de consultados os arquivos, por gentileza da Direcção, constata-se que mais de 70% destes são ocupados com folhas de despesa e receita ou então, numa percentagem esmagadora, com ofícios para as mais variadas instituições públicas e privadas, no sentido de concretizar novas digressões!!!
[6] A constituição desta comissão decorre da prévia existência de um documento elaborado por José Mesquita, alinhado em torno de 9 pontos essenciais para a organização da associação, e que, uma vez analisado em A.G. se entendeu, por bem, enriquecer.
[7] -Ao falar de variedades é incontornável falar de Jorge Condorcet, o eterno ilusionista, que durante tantos e tantos anos, no OAC e depois no coro dos antigos orfeonistas, foi o elemento “pivot”e primeira presença nelas. Estas variedades, herdadas também da tradição orfeónica, eram constituídas por ilusionismo, “telejornais”, “bailados”, rábulas teatrais e operísticas, música instrumental e até a colaboração de um grupo rock – Os Álamos – que depois abrilhantavam o baile final, subsequente aos concertos. Também neste contexto é de referir a Orquestra Ligeira do OAC.

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